Definir a comissão na venda de um imóvel pode ser um desafio para corretores e imobiliárias. É preciso considerar diversos fatores para garantir que a remuneração seja justa para ambas as partes, vendedor e profissional.
Neste guia completo, você encontrará informações valiosas para definir a comissão ideal na venda de um imóvel.
Boa Leitura!
O que devo Considerar?
Ao definir a comissão da venda de um imóvel, vários fatores devem ser considerados para garantir uma negociação justa e satisfatória para ambas as partes.
Tipo de imóvel
Aqui, a função do imóvel vai ser levada em conta. Imóveis residenciais geralmente têm comissões diferentes de imóveis comerciais, e o tipo de atividade comercial a ser exercida também vai impactar no valor da comissão.
Valor do imóvel
A comissão geralmente é um percentual do valor final da venda. Da mesma forma que os valores podem ser diretamente proporcionais, a porcentagem de imóveis com valores mais altos pode ter uma comissão menor, enquanto imóveis com valores mais baixos podem ter uma comissão maior.
Localização do imóvel
Imóveis em áreas mais valorizadas ou com maior demanda podem ter uma comissão menor, pois a venda é mais fácil. Já imóveis em áreas menos valorizadas ou com menor demanda podem ter uma comissão maior.
Experiência e investimento do corretor
Corretores com mais experiência e expertise podem negociar uma comissão maior. Assim como, o valor investido em marketing e divulgação do imóvel, vão impactar no valor final.
Acordo entre as partes
O mais importante é que o vendedor e o corretor estejam de acordo com a comissão definida.
Aluguel x Venda
As diferenças entre a comissão do corretor na venda e no aluguel de imóveis são:
- Base de cálculo: na venda, é o valor final da compra; no aluguel, é o valor do primeiro aluguel;
- Percentual: na venda, varia entre 6% e 8%; no aluguel, geralmente é entre 8% e 10%;
- Pagamento: na venda, o corretor recebe após a escritura pública; no aluguel, após a assinatura do contrato e o pagamento do primeiro aluguel;
No aluguel, o corretor também faz captação de inquilinos, seleção, vistoria e acompanhamento do contrato, podendo implicar custos.
Dicas para negociar a comissão
Na hora de negociar os valores seja confiante e profissional. É importante que você tenha uma postura firme e profissional durante a negociação.
A partir disso, apresente seus argumentos para justificar a sua proposta de comissão, com base nos fatores citados acima.
Como você está em uma negociação, contrapropostas podem surgir, e você, como uma das partes interessadas, precisa ouvi-la e considerá-la.
Não tenha medo de dizer não se a proposta não for satisfatória. Continue a negociação e apresente argumentos mais sólidos para que o valor definido seja justo para todos.
Passo a passo para definir a comissão
Caso tenha dúvidas sobre valores, faça o checklist a seguir:
- Pesquise o mercado: analise as comissões cobradas por outros corretores e imobiliárias na região para imóveis semelhantes;
- Considere os fatores mencionados acima: avalie como cada fator impacta a venda do seu imóvel;
- Negocie com o comprador: converse abertamente sobre suas demandas durante a venda e cheguem a um acordo que seja justo para ambos;
- Formalize o acordo: por escrito, defina a comissão, suas responsabilidades e o prazo para a venda do imóvel.
Mas no fim das contas, você ainda pode estar se perguntando:
Qual o valor da comissão padrão no mercado imobiliário?
Quando o corretor promove a venda do imóvel, a taxa padrão proposta pelo CRECI é de 6%. Já quando o contrato é de locação, essa taxa pode variar entre 8% e 10%.
Legislação
A legislação que assegura as transações do mercado imobiliário está definida pela Lei n° 8.078/1990 (CDC – Código de Defesa do Consumidor), que garante ao consumidor o direito à informação clara e precisa sobre os serviços prestados, incluindo o valor da comissão.
O CDC também traz algumas disposições relevantes no que diz respeito à correção de imóveis.
- Informações sobre o imóvel: exige que o fornecedor (construtor, incorporador, etc.) preste informações claras e precisas sobre as características do imóvel, como área construída, materiais utilizados, entre outras. Isso evita que o consumidor seja surpreendido por diferenças entre o prometido e o entregue.
- Responsabilidade por vícios: responsabiliza o fornecedor pelos vícios de qualidade ou quantidade que tornem o imóvel impróprio para o uso a que se destina ou lhe diminuam o valor. Isso garante ao consumidor o direito de exigir a correção de problemas construtivos.
- Prazos de garantia: estabelece prazos de garantia mínimos para os imóveis, como 5 anos para a estrutura e 1 ano para os acabamentos. Isso obriga o fornecedor a corrigir problemas dentro desses prazos.
- Direito de arrependimento: em alguns casos, permite que o consumidor desista da compra do imóvel dentro de 7 dias, caso não esteja satisfeito com as informações prestadas.
Outras legislações e órgãos que regem a área incluem:
- Resolução n° 2.377/2017 do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (COFECI): estabelece a tabela de honorários mínimos para serviços de corretagem imobiliária;
- CRECI: o Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) de cada estado oferece um modelo de contrato de corretagem que pode ser usado como base para a negociação.
Algumas associações de classe de corretores de imóveis também oferecem modelos de contrato de corretagem.
Conclusão
Definir a comissão na venda de um imóvel exige pesquisa, análise e negociação. Seguindo os passos e dicas deste guia, você estará mais preparado para definir uma comissão justa.
Lembre-se: a relação entre vendedor e corretor é de confiança. A escolha e a definição de uma comissão justa são fundamentais para o sucesso do seu negócio e da sua carreira.